Lira da Costa, aos 64 anos ficou viúva, casada durante 45 anos com o Vitor Bueno quando aos 65 anos veio a falecer.
Ate onde eu sei sempre estiveram em função da igreja oferecendo seus dons, talentos e tempo para o crescimento do reino.
Para muitos o casal era um exemplo para a igreja. A relação conjugal deles transparecia amor, carinho, respeito, companheirismo, cumplicidade e que os dois eram feitos um para o outro.
Um dia, o Vitor teve um infarto entre hospitais, viagens e operações onde não resistiu e veio a falecer.
Lira ficou viúva.
E agora, o que será da Lira?
Esta foi à pergunta que mais se ouvia nos corredores da igreja. Outras perguntas também surgiram:
Coitada, o que ela fará sem o Vitor?
Será que vai morar com algum filho?
Será que vai continuar a morar sozinha naquela casa que traz tantas lembranças dele?
Quem vai sustentá-la?
Será que vai casar de novo?
Ela continuará a trabalhar na igreja?
Será que ela vai ficar deprimida?
O tempo que a pessoa precisará será definida por critérios individuais. Algumas pessoas se organizam muito rapidamente, outras precisam de mais tempo. O importante é que sejam respeitadas nas suas singularidades. A família, os parentes, os amigos e a igreja têm um papel muito importante nessa fase. Cabendo-lhes acompanhar, estarem presentes e respeitar o momento que a pessoa viúva está passando.
Minha avó viúva e hoje uma idosa com serio problemas de saúde, diabética é hiper tensão, ela hoje precisa de ajuda em tudo que faz. Até o básico como escovar os dentes ela sempre precisa que alguém pegue a escova, passe a pasta e de nas mãos dela. Ir ao banheiro e dependendo da situação faça o serviço completo.Precisa que a gente sirva o prato dela e as vezes até diga o que está comendo, ela mau enxerga devido a cegueira quase que completa.
Minha avó idosa viúva hoje depende dos filhos. Ela tem seis filhos vivos, mas poucos ativos em função dela.
Minha avó idosa viúva hoje depende dos filhos. Ela tem seis filhos vivos, mas poucos ativos em função dela.
O maior medo do meu avô era que sua amada ficasse abandonada, ao deus-dará. Dizem que melhor que os pais pra conhecer seus filhos não há. Acho que minha avó idosa viúva não preparou os seus filhos pra lidar com a velhice dela.
Nesses dezessete anos de viuvez Lira se dividiu entre as casas de seus filhos, que se dividem em despesas e atenção.
Ser idoso não e fácil pra nenhum ser humano em nenhum lugar do mundo. Ser idoso e viúvo provavelmente e mais difícil ainda.
Não sou idosa, não sou viúva, meus filhos ainda dependem de mim e tenho um marido que e zeloso.
Não sei a receita para envelhecer sem os temores comuns que vem com os anos e as rugas, uma velhice solitária ou até mesmo enferma. Não sei se morrerei primeiro que o meu amado ou vice versa.
Mas aprendi a amar meus velhinhos, amei meu avô desde o primeiro dia, um senhor de cabelos brancos e com uma barriga saliente, gostava de sentar-se em sua cadeira de balanço na varanda de sua casa. E no final de todas as tarde ao sair do colégio eu meus irmãos íamos ver nossos avós, minha avó estava preparando algo gostoso pra comer e meu avô sentado e lembro com se fosse hoje ele olhando pra gente e falando:
- Veio dar um abraço nos seus velhinhos???
Tive três anos para curti-lo antes dele partir.
Antes deles não sabia o que eram avós, pois sempre moramos longe de todos.
Mas Deus me deu a alegria de viver três anos com ele. E Deus me deu a graça de hoje os meus filhos terem ao menos a Bisavó, eles ficam faceiros quando digo que vamos tomar café com a bisvovó.
Minha avó hoje ainda espera a partida dela, às vezes lamenta a ausência que sente de seu eteno amor.
Deus guarde minha avó.
E que ela tenha um final FELIZ pelo menos no final de sua velhice viúva.
Fiz um comentário super legal mas nao foi... agora perdi a inspiração... Parabéns pelo texto!!! Josani
ResponderExcluirCuidar dos outros, é para poucos...a minha vó materna vivia quase a mesma situação da vó Lira, muitos filhos, mas nenhum para efetivamente tomar conta. Ela morreu em sua casinha, com duas senhoras que a cuidavam dia e noite e meus tios que moravam em frente davam assistência e carinho. Posso dizer que a sua nora, minha tia querida, era a "filha"que mais lhe dava atenção e minha mãe quando viva, ia todos os finais de semana a sua casa. mas enfim, a vó ai passa de casa em casa, mas sei como é dificil se responsabilizar por alguém totalmente dependente, parece cruel, mas é uma fraqueza humana. Eu acredito em crescimento espiritual e isto não está acontecendo a toa...que Deus ilumine a todos com muita força e solidariedade, humildade...pois se eu estivesse ai, como aqui, assistiria também de longe.Bjs prima.
ResponderExcluirRealmente não e facil...
ResponderExcluirE o fato da gente saber que teremos o mesmo destino no sentido de envelhecer pouco nos motiva a mudar a forma que vemos e tratamos os nossos idosos....estou falando no geral....pq a vó não e maltratada mas ela como mãe viuva doente ela esperava mais.
Me serve de exemplo.
Lizzy, muito me emociona cada postagem tua. Falar nos filhos, no cotidiano de crescimento deles e da família, na educação e nos cuidados vivenciados por uma mãe presente e comprometida com os pequenos que lhes foram confiados por Deus. Os cuidados e dedicação como esposa, amiga... Enfim o que você escreve é sempre muito bom de ser lido e refletido afinal, você fala de realidades vivenciadas e sentidas por muitas de nós mulheres mães como você comprometidas com aquilo que conquistamos, todas nós que somos simplesmente mães e com muito prazer dos Lucas, João’s , Rodrigo’s, Ricardo’s, Eduardo’s. Parabéns pela idéia do blog quem sabe sairá daí um livro?! Mas quero destacar aqui uma das tuas melhores postagens: Foi fantástico você falar sobre a “finitude” da vida ao citar teus avós, é impressionante como não estamos preparados para a chegada desta fase de aposentadoria da autonomia e da liberdade de escolhas. É um momento difícil para o idoso ver sua capacidade de escolhas pertencer agora a outros (geralmente os filhos) que envolvidos com suas próprias escolhas e prioridades os elegem a categoria de ”móvel velho” daquele relíquia tipo Luiz XV que deve ficar sempre em um ambiente especifico da casa pois já não mais combinam com a arquitetura e decoração moderna. Parabéns querida por tua sensibilidade ao tratar de assuntos tão sensíveis e necessários, com esta tua visão de futuro ainda sendo tão jovem, conseguirá passar para teus pequeninos toda essa sensibilidade, amor e respeito aos que deixaram em nossas vidas uma historia a ser contada.
ResponderExcluir