A violência em casa ia além...



Sinto-me culpada quando uso
a vara com meus filhos,
o que será que meu pai
sentia depois dessas atitudes.





Uma vez eu estava limpando a casa, gostava de arrumar, de deixar tudo muito cheiroso, eu mudei a posição do sofá. Quando ele chegou e viu a mudança ele perdeu a calma, começou a gritar e me xingar dizendo que não queria o sofá daquela maneira e veio em minha direção e começou a me bater na cara.
Fiquei assustada e com medo como todas as outras vezes, corri pro quarto e me escondi embaixo da cama, pensando que assim ele ia parar de me bater, quando percebi o pai se sentou no chão e começou a me bater com os pés dele, nem me lembro bem aonde ele acertava, tentava me proteger com os braços e esconder meu rosto. Em prantos pedia pra ele parar, mas ele como sempre não me ouvia.
Consegui sair de baixo da cama e corri pra sala, ele foi atrás e conseguiu me pegar pelos cabelos, e girava me chacoalhava, eu já não sentia, mas nada só queria perder o sentido pra não vê o que ele fazia comigo.
Lembro que alguém chegou e começou a pedir pra ele parar ou ia me matar, até que ele me largou, cai sentada no corredor pequeno da nossa casa.
Meu pescoço parecia quebrado, eu estava toda vermelha e entre soluções sai da casa e fui pra casa da minha colega vizinha nossa.
Tomei um banho e deitei e adormeci. Nem me lembro como dormi,apenas fechei meus olhos. Quando voltei pra casa, já era tarde da noite e fui direto pra minha cama, no dia seguinte nada era falado, como se nada tivesse acontecido.
E a raiva ia se acumulando em algum lugar do coração e jamais apagada da memória.
E a vida voltava pro que agente chamava de normal.
[ Hoje não tenho raiva do meu pai, fizemos as pazes estamos de bem.
No dia 14 de julho meu pai vem me visitar, estou preparando o quarto onde ele vai ficar.
O meu sentimento está restaurando e hoje meu coração aberto pro meu pai.]






Esses dias em casa enquanto estendia a roupa no varal, ouvi uma mãe falando com seus filhos, não ela não estava falando, ela estava brigando com eles, mas acredita que estava tentando ensinar algo que julgava importante e verdadeiro.

Então prestei atenção nas palavras dela.


Enquanto ela segurava o seu filho que era muito escandaloso por sinal, e bem firme disse:


- Homem não chora homem e forte e não fica ai choramingando, Homem e ruim e não fica chorando, você já viu o seu irmão ou seu pai chorando???


Meus olhos se arregalaram aponto de me revirar por dentro.
Fiquei com dó deste menino, mas com dó desta mãe,que provavelmente teve um pai bem ruim e o um marido pior.
E o que ela tem a oferecer aos filhos se não a mesma coisa.
Como apresentar algo melhor pra alguém se não tive???
Pensei varias coisas pra dizer pra essa mãe, mas confesso que hesitei e continuei estendo a roupa.
Lembro que ainda soletrei umas palavras como: Está tudo errado JESUS.

2 comentários:

  1. Fiquei mal lendo sua historia com seu pai... como irmã me envergonhei ... mas entendi um bocado de coisa. Essa ira toda nao era certamente contra voce e sim uma herança paterna, do seu avô, que também herdou do seu pai, meu avô... Nosso pai era o que chamamos de "criança adulta de alcoólotra", i.é, um codependente que foi criado por um pessoa que como alcoolatra era muito violento. Enfim essa conversa é longa... eu entende porque eu também tive dificuldades com meus filhos e graças ao teu tio Joao consegui superar isso com eles e nao repetir meu pai... Beijo!!!

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  2. E tia...as heranças são muitas.
    Mas escrever me ajuda muito...acredito que faz parte da terapia...eu falar,escrever,desenha...tudo me ajuda.

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