Ser mãe de meninos

Venho de uma família de 4 mulheres.

Os únicos homens da casa eram meu pai e meu irmão. Conseqüentemente, meu universo sempre foi de bonecas, calcinhas, um mundo cor-de-rosa.
Negativo.....sempre fui radical desde criança. Na medida em que o tempo passou, o assunto foi mudando para futebol, handebol, carrinho de rolimã.
Não tinha muita paciência pra coisas de meninas e até mesmo me faltava paciência com meninas, sempre me dava melhor com meninos e meus amigos eram sempre do sexo oposto.
Cabeleireiro, cor das unhas, maquiagem foi um assunto que demorou muito no meu mundo, ou melhor, os assuntos "femininos".

Então um dia fiquei grávida. Desde nova sonhava em ser mãe, mas sempre quis, desejei ser mãe de um menino.
Não conseguia me imaginar sendo mãe de meninas e tendo que lidar com as quinquilharias que colocaria na guriazinha que estava do tamanho de um grão de arroz. Com três meses de gestação, meu grão de arroz já tinha jeito de gente resolveu abrir as pernas e mostrar um pintinho e.
Levei um choque, mas ao mesmo tempo feliz e realizada. Pensei um menino? Como a gente cria menino? Será que vou saber fazer isso, vou dar conta?
Apesar de sempre ter tipo experiências com meninas como ser babá ou ajudar a cuidar de primas e irmãs mais novas....
Meu menininho nasceu com o nome de Mauro Lucas, que significa Moreno e Iluminado.
Indica um homem emotivo e ligado a família, gosta de demonstrar seus sentimentos de estar ocupado realizando algo. Quando fica triste se recolhe pra si.
E logo depois de 7 meses estava grávida do segundo menino João Felipe, que significa gracioso que gosta de cavalos.
Indica um ser romântico, divertido e cheio de amor pra dar, gosta de ter atenção, não economiza gentileza e simpatia. Adora crianças e animais.
Então meus gurizinho cresceram mais um pouquinho e hoje meu mundo transformou-se em Pica Pau, Homem-Aranha, Super-Homem, Batman, e muitos carrinhos espalhados pela casa. Um ser de 3 anos me dando dicas de controle de qualidade de brinquedos por saber qual que não estraga rapido...
De vez em quando passam correndo um atrás do outro pela casa aquelas miniaturas de ser humano pela sala, de macacão e com um boné virado para trás, brincando de trenzinho.
Chutam tudo o que é redondo, inclusive bolas da árvore de Natal e as bolinhas de vime que tem a tia querida sobre a mesa.

Esses dias o Lucas me disse:

- Mamãe, já sou um homem "gande", quero fazer xixi de pé, "igal" meu pai.

Ali percebi que tudo passa muito rápido. Ele vai me pedir a chave do carro daqui a alguns dias e eu ainda vou estar tentando entender o universo masculino.

Os meus gurizinhos me apresentam uma nova vida e é a prova de que, independentemente do sexo do bebê, filho é a coisa mais maravilhosa que existe. Um pedacinho nosso com o pedacinho de alguém que amamos que se transforma em outra pessoa linda, cheia de sentimentos, coisas para aprender e muito para ensinar.
Ser mãe de menino me fez perceber o mundo por um ângulo diferente. Hoje esse detalhe equilibra o meu olhar do ponto de vista masculino e me faz pensar que ter filhos, me mostrou ou melhor me ensinou a receita da felicidade.

Espero que possamos trocar experiências legais!